Como prevenir doenças respiratórias em frangos de corte
Postado em 29 de maio de 2024
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O setor avícola possui um papel de destaque na economia brasileira, não apenas pelo seu papel econômico, mas também devido ao seu papel social. O país se destaca como um dos maiores do mundo no mercado de produção e exportação de carne de frango de qualidade, promovendo a segurança alimentar nacional e mundial, gerando renda e inúmeros postos de trabalho. Com tamanha importância no setor, somos responsáveis em garantir uma produção livre de doenças e que resulte em um produto seguro para consumo.

As aves, diferentemente dos mamíferos, não possuem diafragma. Devido a esta e outras peculiaridades anatômicas como a existência de sacos aéreos desprovidos de sistema mucociliar, a ocorrência de enfermidades no trato respiratório desses animais é mais comum.

As doenças respiratórias que acometem as aves possuem diferentes origens e agentes etiológicos, podendo ocorrer devido a falhas de manejo, ambiência e de biosseguridade.
Dentre as principais enfermidades que afetam frangos de corte podemos destacar:
• Bronquite infecciosa das galinhas
• Doença por metapneumovírus
• Colibacilose
• Micoplasmose
• Coriza infecciosa
• Pasteurelose
• Laringotraqueíte
• Influenza aviária
• Doença de New Castle

Bronquite Infecciosa das Galinhas:
Doença altamente contagiosa, causada por um vírus do gênero Coronavírus. Afeta não somente frangos de corte, mas também matrizes reprodutoras e poedeiras comerciais. Acomete o trato respiratório superior das aves, além de algumas cepas causarem sinais no aparelho geniturinário. Essa doença apresenta alta morbidade e mortalidade e provoca perdas econômicas significativas para o setor avícola, em decorrência da perda de peso dos animais, diminuição na produção de ovos, distúrbios na casca do ovo, mortalidade embrionária, insuficiência respiratória e insuficiência renal.

Doença por metapneumovírus (Síndrome da Cabeça Inchada):
Também conhecida como Síndrome da Cabeça Inchada em frangos de corte, esta doença acomete o trato respiratório superior das aves, em qualquer fase produtiva. O vírus causador desta doença, debilita o sistema respiratório permitindo a entrada de agentes bacterianos secundários no organismo da ave, agravando todo o processo evolutivo da doença. Os principais sinais clínicos encontrados em frangos de corte são sinusite, inflamação dos seios paranasais, e secreções nasais e oculares.

Colibacilose:
Determinadas cepas de E. coli são capazes de causar infecções no trato respiratório das aves, levando a infecções sistêmicas comumente denominadas de colibacilose. Essas bactérias afetam as células epiteliais tanto dos pulmões como dos sacos aéreos, além de acometerem o sistema digestivo, aumentando o risco da ocorrência de infecção sistêmica. Esta doença possui alta mortalidade e morbidade, e causa importantes prejuízos econômicos por diminuir a taxa de crescimento dos animais, bem como a eficiência de conversão alimentar.

Micoplasmose:
Caracteriza-se por ser uma infecção bacteriana e de contágio horizontal, ou seja, por meio da inalação de aerossóis ou pelo contato direto com outras aves ou fômites contaminados. A infecção vertical (da ave reprodutora para sua progênie) é rara, devido aos estritos controles de biosseguridade existentes nas granjas de matrizes e incubatórios, mas pode acontecer por meio do ovo infectado. Os sinais clínicos mais comuns são tosse, espirros, coriza, trombose traqueal e conjuntivite, entretanto também pode causar ceratoconjuntivite, artrite, salpingite e encefalopatia.

Coriza infecciosa:
A coriza infecciosa também se caracteriza por ser uma infecção bacteriana altamente contagiosa, a qual afeta especialmente o trato respiratório superior das aves, além de rins e fígado. A bactéria causadora dessa doença pode se manifestar em aves em qualquer fase produtiva, sendo que nas aves adultas a doença se apresenta de forma mais grave. Em frangos de corte, os principais sinais clínicos associados são apatia, redução no consumo de água e ração, descarga nasal, conjuntivite, edema facial, podendo levar à morte.

Pasteurelose (Cólera Aviária):
Outra doença bacteriana que afeta o trato respiratório das aves é conhecida popularmente como cólera aviária, apresentando disseminação extremamente rápida. É mais comum em perus, mas também acomete frangos, galinhas e diversas aves aquáticas. Os principais sinais clínicos associados a esta doença são: secreções nasais, febre, sede intensa, taquipneia e/ou dispneia, sonolência, lesões em fígado, pulmão e inflamação das mucosas das vias respiratórias e intestinais.

Laringotraqueíte:
Esta é uma doença viral causada por um herpes vírus, sendo disseminada principalmente pelas vias aéreas das aves. Uma característica marcante dos herpes vírus, é sua capacidade de latência, ou seja, são capazes de permanecer no hospedeiro após a infecção aguda, podendo ser encontrados por até 15 meses pós infecção. Quando o vírus torna-se latente no hospedeiro, este não expressa resposta do sistema imune frente ao agente infeccioso, dessa forma a ave infectada pode transmitir o vírus para aves suscetíveis ao longo de toda sua vida. Dentre os principais sinais clínicos envolvidos na manifestação da laringotraqueíte estão tosse, espirros, conjuntivite, chiados ao respirar, chegando até a dispneia severa e à morte.

Influenza Aviária:
O vírus da Influenza Aviária é capaz de infectar diversas espécies de aves. Esta doença também é conhecida como gripe aviária, sendo de grande preocupação para a cadeia avícola devido à alta patogenicidade de alguns subtipos do vírus da influenza como é o caso do H5N1. Esta é uma doença de notificação obrigatória aos órgãos nacionais e internacionais, em que em caso de positividade acarreta em importantes prejuízos econômicos para a avicultura comercial. Os sinais clínicos mais evidentes em casos de infecção são dispneia, secreção nasal e ocular, espirros, falta de coordenação motora, diarreia, e alta mortalidade.

Doença de New Castle:
Esta é uma doença viral difundida ao redor de todo o mundo. É altamente contagiosa, transmitida principalmente por vias aéreas, acometendo aves domésticas, comerciais e silvestres. De maneira geral, os sinais clínicos são rouquidão, secreção aquosa nasal, dispneia, edema facial, paralisia, tremores e até outros sinais neurológicos. Em frangos de corte, os sinais clínicos apresentados incluem anorexia, edema de face, asas caídas, impactando de maneira significativa a produção de carne, além de alta mortalidade.

Como a maioria das doenças respiratórias nas aves se dá de forma múltipla (com mais de um agente etiológico envolvido), é de extrema importância realizar a identificação dos fatores de risco relacionados, sejam eles falhas na ambiência, manejo ou nos programas de biosseguridade, visto que, de maneira geral, essas doenças ocasionam piora em desempenho dos animais, com perda de peso e piora da conversão alimentar, levando ao aumento dos custos produtivos com medicações e elevadas taxas de mortalidade.

Diversas são as formas de prevenir a disseminação das doenças respiratórias em frangos de corte, entretanto a adoção de procedimentos de biosseguridade é a medida mais eficaz, a fim de evitar prejuízos econômicos tanto para os produtores quanto para as agroindústrias.
Assim, um bom programa de biosseguridade deve apresentar diferentes ações no sentido de impedir ou reduzir a entrada e, consequentemente, a disseminação dos agentes infecciosos nas granjas. Dentre os procedimentos indicados, é possível destacar:
• Alojar aves de idade e origem única (com certificado em relação ao controle de doenças);
• Boas práticas de produção, conservação e uso de vacinas;
• Boas práticas de produção e conservação de ração;
• Fornecer água tratada para as aves;
• Restringir o acesso de pessoas e veículos às granjas, além de possuir sistema de desinfecção de calçados e veículos que necessitem acessar o local;
• Impedir a entrada de outros animais;
• Manter um programa de controle de pragas;
• Realizar o correto manejo de ambiência (temperatura, umidade e ventilação);
• Realizar o correto manejo das excretas/cama, bem como de composteiras;
• Possuir um programa robusto de limpeza e desinfecção.
• Realizar corretamente todos os procedimentos de vazio sanitário (limpeza de equipamentos, queima de penas, fermentação de cama, etc.).

Para manter a melhor ambiência dentro dos aviários, é necessário que os equipamentos utilizados nas instalações sejam instalados corretamente. A utilização de equipamentos de qualidade, aliado à observação criteriosa dos animais e a realização de ajustes finos na ambiência, são essenciais para o sucesso do empreendimento. A Corti Avioeste conta com uma linha específica voltada à ambiência para frangos de corte, que inclui exaustores, sistemas de resfriamento, túnel door, ventiladores, bicos para nebulização, inlets, filtros para entradas de ar, entre outros.

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Fonte: Adlhoch C, Fusaro A, Gonzales JL, Kuiken T, Marangon S, Mirinaviciute G, et al. Avian influenza overview December 2022 – March 2023. EFSA J. 2023;21(3):e07917. Ball C, Manswr B, Herrmann A, Lemiere S, Ganapathy K. Avian metapneumovirus subtype B vaccination in commercial broiler chicks: heterologous protection and selected host transcription responses to subtype A or B challenge. Avian Pathol. 2022;51(2):181–96. Enfermedades Respiratorias en Aves de Corral ¿Cómo Combatirlas? 2020. Available from: https://www.myfarmdelivery.com/enfermedades-respiratorias-en-aves-de-corral/ Lupini C, Legnardi M, Graziosi G, Cecchinato M, Listorti V, Terregino C, et al. Vaccine Interaction and Protection against Virulent Avian Metapneumovirus (aMPV) Challenge after Combined Administration of Newcastle Disease and aMPV Live Vaccines to Day-Old Turkeys. Vaccines. 2023;11(3):708. Mahmmoud EN, Hamad MA, Khudhur ZN. Detection of Mycoplasma gallisepticum in broiler chickens by PCR. Open Vet J. 2022;12(3):329–34. 14. Wu M, Zhang Z, Su X, Lu H, Li X, Yuan C, et al. Biological Characteristics of Infectious Laryngotracheitis Viruses Isolated in China. Viruses. 2022;14(6):1200.
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